INVOGA - Completar 15 anos de carreira significa alcançar a maioridade profissional para novos desafios?
R- Sim eu diria que a Mastrogilda é debutante. Rsrsr Mas a maturidade vem com o tempo, o palco ensina muito. Tive que passar por várias etapas, muitas mudanças para ganhar a credibilidade e aceitação nacional. O humor é preciso ser inteligente, versátil e popular. Como nós somos referência em todo o País a coisa se torna mais fácil. Mas é preciso trabalhar muito, amar o que faz e estar sempre se renovando. Assim os desafios se tornam um aliado forte.
INVOGA - No espetáculo "Borboleta Roxa" você bricava com alguns termos da internet e isso deixava o texto mais leve. A "linguagem informatizada" também faz parte do seu dia a dia?
R- O mundo vive a era digital e até uma criança de 12 anos navega e é interada. Então essa linguagem no show é empolgante para todas as classes. É uma forma inteligente de mostrar algo que é a sua cara. Quando montei o Borboleta Roxa, nada me removia da idéia de fazer algo inusitado e direcionado para a mulher.
Aliás é o primeiro show de humor que faz uma campanha contra a violência da mulher. Talvez essa tenha sido a grande sacada que abriu portas em programas nacionais como Sílvio Santos, Tom Cavalcante, Anna Hickiman, Mais Você da Globo, O Pânico na TV etc.
INVOGA - Fale um pouco do seu trabalho na Vila do Riso (TV Diário) ao lado de profissionais como Luiz Neto, o Karimã.
R- A Vila é uma grande escola, aprendi muito e Contracenar com o Luiz Neto para mim é como se estivesse mudando de cueca no meu quarto. Me sinto muito a vontade, temos uma química muito boa, somos grandes amigos e ele vai até fazer uma peça comigo no meio do ano, junto com a Aurineide Camurupim. Dentre vários preciosidades da televisão nessa peça ele interpretará Silvio Santos e eu Aracy de Almeida, a Thalia Maria do Bairro, vai ser uma grande comédia.
INVOGA - Além da Madame Mastrogilda, "nascida" em 1991, que outras personagens suas estão conquistanto o público?
R- Na Vila faço outros personagens como o Manuel dos Canecos, o Kaki e a Maria Portuguesa que é a esposa do Karimã. Esses conquistaram o público de cara. Mas nos espetáculos que fiz nesses últimos três anos fiz muita coisa que para mim foram grandes desafios por exemplo: O mestre dos Magos da Caverna do Dragão, She-há, Kátia Cega, Tieta, a Cantora Rosana,
Mara Maravilha de Índia etc. Depois do suceso do Deu a Doida no Condomínio, em junho desse ano vamos estrear uma peça nova que é a grande novidade de 2010, além do lançamento do meu 4º Cd de Piadas e paródias.
INVOGA - Quais conselhos você daria para quem deseja ingressar na carreira de humorista no Ceará?
R- Ser autêntico, ter talento e carisma."EXISTEM" hoje no ceará,uma leva de pessoas que se dizem humoristas, mas não tem estória, não tem criatividade de criar se quer um perfil que não seja copiado e o pior, não tem a humildade de aprender com quem tem estrada. Eu não dormi e acordei Mastrogilda, eu batalhei muito para garantir um espaço, estar no meio ´´dos grandes´´ é uma conquista e não uma pretensão. Espaço existe para todos, mas só fica quem tem algo diferenciado.
INVOGA - Existe diferença em se apresentar para o público cearense em relação ao restante do país?
R- Fazer show para Cearense é como ensinar missa ao vigário. O Cearense é o público mais exigente e por si é moleque de natureza. O Cearense se tornou mais seletivo vendo tanta porcaria que tá ai no mercado. Eu diria até que se você conseguir fazer um Cearense rir, está preparado para qualquer concurso de piada.
Agora o turista ainda é o melhor público, ele paga para rir e já vem esperando por isso. Hoje faço show para turista todos os dias da semana. Segundas e quartas no beira Mar Grill com Lailtinho, Terças na Croco Beach com Zé Modesto, Quintas na Casa da Itália, Sábados e Domingo no Teatro São José. Só me sobram as sexta-feiras para fazer em casas de Fortaleza, onde eu mato saudade desse público cearense que me escolheu e que torce pelo meu sucesso.
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